A Operação “Colheita Fantasma“, conhecida também Operação “Soja-Papel”, foi deflagrada em uma ação conjunta entre a Receita Federal, a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul e a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz/MS), com o objetivo de combater uma organização criminosa que movimentou mais de R$ 1 bilhão em fraudes fiscais. O esquema visava gerar créditos tributários fraudulentos e facilitar a lavagem de dinheiro por meio da emissão de notas fiscais frias.
Esse tipo de operação reforça um alerta importante: a responsabilidade fiscal vai muito além da conformidade formal. Ela exige controle, verificação e atenção às parcerias comerciais. Ainda que o foco tenha sido o setor agropecuário, esse tipo de golpe pode afetar empresas de qualquer segmento.
A simples aquisição de produtos de fornecedores envolvidos em fraudes já pode enquadrar uma empresa como participante ou conivente, mesmo que de forma indireta. Por isso, é essencial adotar medidas rigorosas de compliance fiscal e diligência para evitar fraudes fiscais.
Quer saber como esse tipo de fraude funciona? Neste artigo, você entenderá mais sobre o assunto e, também, o que sua empresa pode fazer para se proteger. Continue a leitura!
Veja também: Operação obsidiana: ação da PF expõe riscos de golpes fiscais
Como esse tipo de fraude fiscal funciona?
Na operação deflagrada, os criminosos emitiam notas fiscais eletrônicas de venda de grãos inexistentes. Essas notas eram utilizadas para simular operações, gerar créditos de ICMS e movimentar valores com aparência de legalidade.
Além disso, as empresas “compradoras”, muitas vezes sem saber da origem fraudulenta, usavam esses créditos em suas apurações tributárias, o que configura, perante o fisco, uma irregularidade grave.
Empresas que não possuem processos de validação robustos correm o risco de serem envolvidas nesse tipo de fraude, seja por negligência, seja por desconhecimento. Sendo assim, o resultado pode ser desastroso: autuações fiscais, perda de crédito, processos administrativos e até responsabilização criminal.
O que sua empresa pode fazer para se proteger?
Como consultoria tributária especializada, nós reforçamos a importância de medidas preventivas contra fraudes fiscais, como:
1. Due diligence de fornecedores
Antes de iniciar qualquer relação comercial, investigue o histórico da empresa, sua regularidade fiscal, quadro societário e movimentações incomuns. Um CNPJ ativo não é garantia de legalidade.
2. Validação de notas fiscais
Implemente sistemas de validação automática de NF-es, verificando inconsistências em valores, produtos, CFOPs e origem da mercadoria. Ademais, notas de alto valor emitidas por microempresas, por exemplo, são um forte sinal de alerta.
3. Monitoramento contínuo
Não basta validar o fornecedor no momento do cadastro. Logo, é preciso acompanhar periodicamente a situação fiscal, especialmente em segmentos com maior risco de fraudes estruturadas, como commodities e intermediação de insumos.
4. Registro documental claro
Garanta que todas as etapas da operação estejam documentadas, inclusive com comprovações de entrega e pagamento. Em caso de questionamento pelo fisco, isso será essencial para comprovar a boa-fé da empresa.
5. Educação fiscal interna
Treine as equipes de compras, financeiro e fiscal para reconhecer sinais de alerta e agir de forma preventiva. A falta de alinhamento interno pode abrir brechas para fraudes.
Conformidade fiscal é proteção, não burocracia
Muitos empresários ainda veem a área tributária como um setor reativo, voltado apenas para apuração de impostos. Entretanto, o caso recente mostra que o descuido com parceiros e documentos fiscais pode gerar impactos profundos: financeiros, reputacionais e até jurídicos.
Ou seja, manter um ambiente fiscal saudável é também proteger o negócio de riscos externos. A prevenção é sempre mais eficaz e econômica do que lidar com as consequências de uma autuação ou de um processo criminal.
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